sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um "tour" pela Avenida Nazaré

Moro na Av. Nazaré há mais de 20 anos e posso dizer com segurança que, em tempo algum, vi minha rua tão largada, imunda e perigosa como está hoje.

Sou super pedestre, ando diariamente pela Av. Nazaré quase inteira, por dois indignos motivos: não sei dirigir e não tenho carro (até tenho carteira de motorista, mas ela não me serve de nada, até porque está vencida desde 2007).

Por andar tanto por essa rua, eu sei que posso reclamar e ficar aborrecida, com toda autoridade do mundo, ao ver essa favelização de uma das principais avenidas de Belém.

As calçadas são totalmente irregulares, feitas com umas pedras que devem datar da Belle Époque e, como ninguém cuida disso, estão todas quebradas e imundas em toda extensão da avenida. É um verdadeira desrespeito com so pedestres, principalmente com aqueles que são deficientes físicos.

A iluminação noturna é péssima. Aquelas lâmpadas alaranjadas dos postes pouco iluminam e, somadas às luzes verdes que resolverão pindurar nas árvores (que também não favorecem em nada a iluminação), são um prato cheio pros bandidos que dão plantão pela área, e eles são muitos.

Quando o assunto é bandidagem, hippie fedorento e mendigo a Av. Nazaré está muito bem servida. Vou começar a descrever tudo pelo quarteirão onde moro, só pra vocês sentirem o pânico que é.

Na calçada do meu prédio, todas as noites, um mendigo todo pop, com fones de ouvido e tudo, se instala e faz do lugar sua morada. Ele usa muito bem o espaço que, durante a manhã, também é a entrada de algumas lojinhas. Usa tão bem o local que, inclusive, faz suas necessidades fisiológicas todas ali mesmo e revira todo o lixo do meu prédio, deixando tudo exposto na calçada.

Acho que nem preciso dizer que todos os dias o fedor é grande e que, todas as manhãs, os funcionários das lojinhas têm que fazer limpeza no local, né? É terrível!

Não muito distante, ainda no mesmo quarteirão e calçada, existe um terreno, com uma casa aparentemente abandonada, que pertence à uma família rica de Belém (prefiro não citar nomes) que teve muitos problemas. A história, em resumo, é que o pai morreu, e deixou uma herança pros seus dois filhos. Um deles resolveu matar o outro irmão, o fez, e foi preso.

Não me perguntem a quantas anda esse cara que matou o irmão porque, siceramente, eu não sei. O que sei é que esse terreno, com a antiga casa da família, hoje serve de "point" de encontro para marginais que circulam pelo bairro.

É um verdadeiro horror! O local fede muito porque a bandidagem inteira faz de lá um banheiro a céu aberto, além de praticarem atos sexuais e ilícitos, como uso de drogas. Claro, o terreno também serve de esconderijo para eles, já que é tapado por um muro e um "outdoor".

Já tentaram bloquear a passagem para o interior do terreno, colocando cacos de vidros nas arestas do muro, mas de nada adiantou. A pivetada quebrou os vidros, lixou o muro e continuam entrando livremente.

Uma amiga, que mora em um prédio que fica, praticamente, ao lado desse antro disse que já viu barbaridades acontecendo ali. "Lá rola de tudo que é ruim e puderes imaginar", me disse horrorisada.

É realmente um transtorno passar pela frente desse lugar. É muito perigoso e o cheiro que exala dá ânsia de vômito.

No quarteirão seguinte, em frente às Lojas Americanas, uma comunidade de vendedores hippies se instalou, com barracas de camping, inclusive.

É, eles estão morando lá, durante a noite. No resto do dia vendem seus artesanatos e fedem ao ar livre. Nem dá vontade de entrar na loja, porque toda aquela quantidade de hippie tentando te vender alguma coisa, na calçada, incomoda muito. Junto com eles também ficam os vendedores de DVD's pirata.

Em frente às lojas Americanas, atravessando a rua, temos o Centro Arquitetônico de Nazaré, mais conhecido como CAN. A calçada do CAN é super mal iluminada, o ponto de ônibus que lá existe é sempre muito cheio de todo tipo de gente e vendedores ambulantes. Nunca se sabe se passar por lá é seguro. O mesmo posso dizer o quarteirão seguinte, nas laterais da Basílica de Nazaré... um breu! Inclusive, vale dizer, já fui assalatada lá.

Ano passado, trabalhei em um órgão público que tem sede na Av. Nazaré, bem no início dela, e isso me obrigava a andar a avenida inteira. Era incrível como todos os dia eu tinha algum tipo de problema no trajeto, seja com a sujeira, com os vendedores ambulantes e bancas de comidas nas calçadas (que são muitos), como com buracos e poças de água apodrecidas, onde eu "resolvia" cair.

Acho que nem preciso me alongar muito nos relatos sobre minha rua pra todos perceberem o verdadeiro abandono por que passa nossa cidade. Sim, nossa cidade, porque se a Av. Nazaré, localizada em um bairro "nobre" de Belém está assim, imagine o resto da cidade, não é? É nem precisamos imaginar, nós vivemos esse abandono diariamente.

Todo dia muitos assaltos acontecem aos arredores do meu prédio, e não é raro alguém ser assaltado em frente a ele. Na Joaquim Nabuco (a ruazinha em frente ao Clube do Remo, esquina do meu prádio) então, só dá assalto e tiroteio.

É verdadeiramente muito incômodo pra mim ter que conviver com toda essa selvageria urbana.

Welcome à odisseia do meu dia a dia!

Um comentário:

  1. É querida, não é só a sua rua. A cidade está uma decadência!!! E o pior é que o povo que elege os governantes nunca vão aprender a voltar pq estão felizes com suas bolsas salário, família, gás. PQP!!!! iludidos.
    bjs,
    Sil.

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